sexta-feira, 26 de abril de 2013

BARROCAS, UMA FILHA DA ESTRADA DE FERRO

Antiga Estação Ferroviária

Atual Estação Ferroviária
A cidade de Barrocas está situada na região do Semi-Árido (caatinga) do estado da Bahia. Fica a 255 km da Capital pela antiga estrada de ferro Viação Férrea Federal Leste Brasileiro que liga Salvador a Juazeiro, hoje privatizada com o nome de Estrada de Ferro Centro Atlântica.

Esta terra acolhedora e tão querida por seus filhos nativos e pelos que aqui chegaram, viveram, ajudaram a crescer e a prosperar, tem suas origens na estrada de ferro. À ferrovia ela deve não só o seu nascimento, mas seu crescimento e progresso. Seus filhos, desde o nascimento, eram embalados, acordados e acalentados pelo apito saudoso das locomotivas a vapor, carinhosamente apelidadas de “maria-fumaça”.
Quando o sino da estação badalava anunciando a partida de um trem da estação vizinha, a população se alegrava. Era o
 anúncio de que, talvez, um parente, um amigo, um namorado viessem chegando no trem de passageiro. 

O trem trazia também notícias da Capital do Estado, do Brasil e do mundo, através do jornal “A Tarde” ou da revista “O Cruzeiro”. Durante a Segunda Guerra Mundial (1942-1945), jornais e revistas, vindos de trem, traziam notícias da guerra. Diga-se com orgulho que lá na Itália, também um brasileiro, filho de Barrocas, servia à Pátria dando força às tropas aliadas.

O apito do trem era sinal de que em breve os potes, porrões e dornas vazias seriam abastecidos de água para beber, cozinhar e lavar o rosto e os pés (banho com água do trem era luxo, tendo em vista a sua escassez). Homens, mulheres, jovens e até crianças corriam para a estação com latas e baldes, na certeza de que um maquinista amigo abriria a torneiras do tênder da maria-fumaça para encher suas vasilhas. De outras vezes, o trem trazia um vagão-tanque e deixava-o no desvio para o povo tirar água.

O trem-de-carga levava para a capital e para outras cidades os produtos da terra e trazia mercadoria para abastecer os armazéns, vendas e bodegas. Os trens de passageiro transportavam as pessoas a
 negócio ou a passeio. Neles, durante as férias, adolescentes, jovens nativos que estudavam ou tinham ido morar na Capital - em outras cidades também - vinham passar dias com os avós, com os tios; rever os parentes e encontrar os primos e primas. Quantos namoros (alguns deram em casamento) começaram entre os primos no varandado da casa do vovô, nos caminhos e veredas das fazendas, das roças e até debaixo dos umbuzeiros floridos ou com o chão lastrados de umbus madurinhos e doces. Os jovens e As jovens suspiravam pelo encontro com os primos ou primas, chegando para as férias. Quanta alegria! Quanta festinha era improvisada ao som do toca-discos a bateria ou de uma radiola!

Ao badalar do sino da estação anunciando achegada do trem de passageiro, as moças corriam para a estação para ver a chegada ou passagem de algum rapaz, um futuro namorado e um marido, talvez.

O trem apontava para as bandas do Barracamento Velho ou do tanque do Sítio Novo; o guarda-chave estava de prontidão na agulha com a bandeira verde indicando linha livre. Mães de família pobres vinham à estação vender aos passageiros doces, arroz-doce, café, galinha assada; jovens e crianças vendiam pães em cestos, bolachões, biscoitos e água em moringas de barro - água barrenta, de tanque ou tirada do trem anterior, mas que matava a sede e refrescava.

Em poucos minutos, o agente, vestido de brim cáqui, botões dourados e quepe na cabeça, sacudia a campainha de bronze, liberando o trem; o chefe-de-trem levava o apito à boca e produzia dois silvos longo e agudos, avisando ao maquinista que podia arrastar o trem; o maquinista, levando a mão à corda do apito da locomotiva a vapor, fazia ressoar dois longos apitos que faziam eco na “baixa de seu Sinfrônio”; depois com um braço forte, ele puxava o regulador da locomotiva e o trem de passageiro, qual serpente azul, começava a mover-se lenta e gradativamente, ia aumentando a velocidade, soltando baforadas de fumaça de vapor pelos ares até sumir nas imediações do tanque do Sítio Novo, se ia em destino à Capital ou do Barracamento Velho; se ia para o interior - chegava até Senhor do Bonfim; lá os passageiros faziam a baldeação para Juazeiro ou Jacobina, pela Linha da Grota. O barulho do vapor que escapava dos cilindros da locomotiva e o atrito das rodas nos trilhos parecia dizer: Café com pão, bolacha não, café com pão, bolacha, não...

Para os barroquenses de hoje, esse relato serve apenas como informações históricas e até folclóricas, mas para os remanescentes que viveram naquela época, é um lindo sonho da aurora de duas vidas guardado na lembrança. Doce lembrança.

Que volte o trem!

Barrocas nasceu com a estrada de ferro; é filha do trem; do trem que a fez nascer, crescer e prosperar. Hoje, os que viveram naquela época não podem lembrar-se de Barrocas sem a recordação do trem.
 
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Praça principal de Barrocas quando ainda era um povoado do município de Serrinha - Bahia 



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Estação ferroviária ainda com o nome BARROCAS na fachada

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2. ORÍGEM DE BARROCAS
Pelo Decreto nº 1299 de 19 de dezembro de 1853, um senhor de nome Joaquim Francisco obteve do Governo uma concessão para a construção de um trecho de estrada de ferro ligando Jequitaia-Aratu-Alagoinhas. Esta concessão foi renovada em 1855 em favor da Bahia and São Francisco Railway Company, sediada em Londres (Inglaterra). Esta Companhia construiu a ligação ferroviária entre Jiquitaia, Aratu e Alagoinhas, passando a explorar este primeiro trecho. Como os balancetes de receita e despesas não foram positivos entre 1864 e 1870, o projeto foi abandonado. (Conf. Tasso Franco, Serrinha - A colonização portuguesa numa cidade do sertão da Bahia). 

Em seguida, o Governo Geral assumiu e concluiu a construção da ferrovia até Juazeiro da Bahia. Em 1880 o trem chegou a Serrinha e a estação ferroviária foi inaugurada, recebendo o nome de Rio Branco. No primeiro semestre de1882, a construção chegou às terras da Fazenda Espera, no município de Serrinha, de propriedade do senhor José Alves Campos, conhecido como José da Espera

Com a continuação da estrada de ferro, foi instalado o canteiro de obras que recebeu o nome de “barracamento” - localizado aproximadamente a 100 metros do tanque, hoje conhecido como “Barracamento Velho”. Esse tanque surgiu com a retirada de terra que servia para o aterro sobre o qual passariam os trilhos da ferrovia.

Essa ferrovia foi denominada pelos ingleses de “ESTE”. O Governo substituiu este nome por Viação Geral do Brasil, depois Leste Brasileira, Viação Férrea Federal Leste Brasileiro (VFFLB) e finalmente Rede Ferroviária Federal S/A (REFFESA). Hoje, após a privatização, passou a chamar-se Estrada de Ferro Centro Atlântica (EFCA).

Não existe data de inauguração da primeira Estação de Barrocas. Sabe-se que na construção da ferrovia foi utilizada uma pedreira para retirada do material usado na construção de bueiros, tendo sido improvisado uma plataforma de embarque para os transportes dos respectivos materiais, em pranchas e troles. Essa pedreira ficava localizada na atual Praça São João.
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3. O NOME BARROCAS

Com a passagem da linha férrea, os fazendeiros de Serrinha que tinham suas fazendas próximo à plataforma de embarque de materiais, solicitaram a construção de um “ponto de parada” para embarque e de desembarque de passageiros e mercadorias. Foi então construída uma casa, tendo como base madeira sobre trilhos, com paredes de tábuas e teto de zinco.
 

Foram sugeridos alguns nomes para aquele ponto de parada que, em breve, seria um próspero povoado: Ibingatu, Ibiçoroca, Barrocas e outros. Dentre os nomes sugeridos, a Comissão das Estradas escolheu Barrocas - designativo de terras rasgadas feitas pelas enxurradas. E assim ficou sendo chamada. (Conf. documentos fornecidos pela Lesta Brasileiro).

Posteriormente, com o desvio de cruzamento de trens, foram designados agentes (funcionários responsáveis pelo ponto e que autorizavam as paradas, partidas e cruzamentos dos trens). Os agentes, de início, passaram a morar na referida casa de madeira coberta de zinco

Em 1941, por determinação do então Diretor da VFFLB, Dr. Lauro Farani Pedreira de Freitas (engenheiro), foi enviada de Salvador para Barrocas uma empresa construtora da Capital que colocou, ao noroeste da estação, um vagão fechado, com portas laterais, para nele funcionassem os aparelhos de telégrafo.
 

O Agente (chefe da estação) passou a residir em casa alugada. A primitiva casa onde morava o agente foi demolida, sendo erguida em seu lugar a atual estação com o nome de Barrocas gravado na plataforma e no piso externo. A inauguração aconteceu em 13 de maio de 1943. Posteriormente o nome Barrocas foi substituído pelo nome de Agenor de Freitas, em homenagem a um membro da família do então Diretor da VFFLB, Dr. Lauro Farani Pedreira de Freitas. Essa denominação não foi aceita pela população que continuou chamando de Barrocas. Vindo a tornar-se município, conservou o nome primitivo.
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4. PRIMEIROS HABITANTES
Os primeiros habitantes de Barrocas tiveram sua origem na Fazenda Espera. Ela pertencia ao senhor José Alves Campos. O seu território ia desde a sede da fazenda até o limite com a Fazenda Maçaranduba que ficava a 300 metros do lado sudoeste da estação. A residência do proprietário era localizada onde hoje é o sangradouro do açude, a uma distância de aproximadamente um quilômetro da estação.

José Alves Campos - O senhor José Alves Campos foi casado com dona Felisberta Maria de Jesus. Ele era filho legitimo de Manoel Alves Campos e dona Ana Maria de Jesus. Ela, filha natural de Marcolina Maria de Jesus. O casamento foi realizado no dia 11 de maio de 1882, pelo Revendo Vigário de Raso (atual Araci), com licença do Vigário de Serrinha in articulo mortis (no leito de morte), conforme certidão de casamento fornecida pela Arquidiocese de Feira de Santana (BA), tirada do livro de registro de casamentos número 02, às fls. 122 v.

Dessa união nasceram duas filhas: Guilhermina Maria de Jesus e Jerônima Maria de Jesus.
 

Guilhermina casou-se no dia 12 de março de 1898 intra missionem (durante a santa missão) com José Ferreira de Oliveira, filho de Ângelo Ferreira Oliveira e Madalena Maria Oliveira.

Do casamento de Guilhermina e José Ferreira nasceram: Maria Madalena de Jesus, Santinha, Antônia (Totonha) e José Bonifácio.
 

Maria Madalena de Jesus (Mariquinha), que se casou com Sinfrônio Alves de Queiroz;

Santinha - casou-se com Fernando, Feitor da Leste, residente em Salgada (Salgadália); Jerônima - filha de José Alves Campos - casou-se com Antônio Teles de Oliveira (irmão de Pedro Teles). Dessa união nasceram: José Zeferino, Joaquim, Messias, Miro Teles, Antônia, Felisberta, Balbina, José Teles e Joana.

Com a morte de José Alves Campos, Felisberta Maria de Jesus casou-se com Pedro Teles de Oliveira, irmão de Antônio Teles, natural de Ouriçangas, filho legítimo de Joaquim Teles e Balbina de Jesus. Dessa união de Felisberta e Pedro Teles, nasceu Raimundo Teles de Oliveira, entre outros. Ficando viúvo, Pedro Teles casou-se pela segunda vez com Maria Alves de Lima (Bilia), vindo a falecer com 103 anos.
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5 .PRIMEIRAS CASAS CONSTRUÍDAS EM BARROCAS


Edificada a primeira estação, algumas casas foram sendo construídas na proximidade: 

A casa de palha de propriedade de Maria Alexandrina; a casa dos Trinta da família de Maria Comadrinha; a c asa da família de José Teles; ? a casa de Raimundo Teles; a residência de Sinfrônio Alves de Queiroz - situada em posição privilegiada de onde se vê Barrocas de ponta a ponta; ? a casa de Francisco do Limoeiro - situada ao Leste da fazenda do senhor Sinfrônio.
 

Logo após a construção da nova capela (hoje Igreja Matriz) no ano de 1942, foram construídas casas, nas laterais da praça, em terrenos vendidos pelos respectivos donos, com o propósito de trazer os moradores da zona rural para próximo da estação e formar a zona urbana, a fim de incrementar o povoamento e o progresso ao povoado.
 

As primeiras casas construídas na época foram: A atual Casa Havaí de propriedade do senhor José Filipe, conhecido como José de Militina - com residência no Tanque do Cachorro - e a casa do senhor Aniceto da Mota. Daí em diante, surgiram as ruas hoje denominadas Rua Antônio Pinheiro da Mota, Rua José Maximiano e Rua Padre Demócrito que partia da atual Casa Havaí até a casa de residência de Raimundo Teles, próximo ao cemitério.
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6. O SURGIMENTO DO COMÉRCIO

Em 1925, em decorrência do desenvolvimento da estrada de ferro, veio da Fazenda “Os Afonsos”, o senhor João Afonso da Silva e se instalou em Barrocas, construindo a primeira casa residencial e comercial de secos e molhados (segundo o relato de sua filha Ana, apelidada pela família de Periquita). Essa casa ficava na avenida que hoje tem o seu nome: Avenida João Afonso. O terreno onde ele construiu a casa foi comprado a Pedro Teles de Oliveira e sua esposa Alberta (Felisberta) e a Manoel Ferreira de Araújo. (Ver escritura pública em anexo no final deste livro).

Dois anos após a instalação da primeira casa comercial, o senhor Antônio Roberto de Queiroz abriu a segunda casa comercial no ramo de secos e molhados, em frente a estação, na rua que hoje leva seu nome.
 

A terceira casa comercial surgiu com o senhor Pedro Esmeraldo Pimentel (Pedrinho), vindo da Fazenda Fortuna, próximo ao povoado de Pedras - hoje Teofilândia; ficava localizada à atual Rua Antônio Queiroz. Construída posteriormente a sua casa de residência, em estilo emoldurado. A referida casa existe até hoje, sendo seu atual proprietário o Dr. Antônio Ezequiel. Pimentel mudou-se para Queimadas - BA e depois para Irecê - BA, continuando no ramo de comércio até sua morte.

A quarta casa de comércio, no ramo de carnes, foi a do senhor José Araújo, conhecido como Zeca de Senhor, procedente de Teofilândia - antiga Pedras.
 
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7. INÍCIO DA FEIRA LIVRE

Em 1940 teve início a pequena feira livre, embaixo de uma árvore em frente à casa comercial do senhor Antônio Queiroz, onde se comercializavam cereais e produtos cultivados na zona rural, laranjas vindas de Alagoinhas; utencílios de barro: panelas, potes, aribés, frigideiras; objetos feitos de lata: candeeiros, chaleiras, canecos, papeiros, miudezas, doces e massas. A referida árvore era muito famosa não só por sua beleza, por abrigar os feirantes, mas também por ser ponto de encontro de amigos em sua sombra para bater papo e atualizar o noticiário local; foi plantada por Antônio Queiroz.

Com o desenvolvimento comercial, a feira foi transferida para uma área atrás da estação que oferecia mais espaço para acomodar o número cada vez maior de feirantes.
 

Em oito de junho de 1971, o Prefeito Municipal de Serrinha, através do o ofício de nº 155/71, pede ao então bispo diocesano, Dom Jackson Berenguer Prado, o aforamento da área de terreno, onde a feira já estava de fato sendo realizada, para a construção de um futuro mercado, uma vez que aquele terreno pertencia à Igreja.

Hoje, Barrocas já possui seu Centro de Abastecimento com área coberta para armação de barracas de feirantes. Na feira, encontra-se uma abundante quantidade de variadas frutas, verduras, cereais e até tecidos, confecções e utilidades várias. No açougue são vendidas carnes e víceras de vários animais . Os açougueiros vão se adaptando às normas estabelecidas pelos órgãos competentes para salvar a higiene na comercialização dos produtos animais.
 
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8. FONTES DE RENDA DE BARROCAS QUANDO ERA UM POVOADO

As fontes de rendas da época, em Barrocas, eram a agricultura e pecuária. Na agricultura predominava o cultivo de cereais, fumo, algodão e mamona (cujo óleo servia para iluminação de residências e outros usos domésticos), abóbora, melancia, mandioca, aipim, batata doce etc. Na pecuária destacava-se a criação de bovinos, suínos, caprinos, eqüinos e muares. Havia também a extração do mel de abelhas como a mandassaia, mundurí e asa branca.

Outra fonte de renda eram os salários dos ferroviários (agente, telegrafista, guarda-chave, garimpeiros). Os armazéns de cereais empregavam os costuradores de sacos e os carregadores para o embarque no trem. Muitos eram os vendedores de doces, pães, bolachas, biscoitos, mingaus, arroz-doce e água nos trens de passageiros. Havia também os aguadeiros que vendiam cargas de água em jumentos que transportavam quatro barris de madeira com capacidade de 20 litros cada um. Outra fonte de renda era o fornecimento de lenha para a estrada de ferro a fim de alimentar as locomotivas a vapor, e o arrecadado com os fretes dos carros de bois e com as tropas de burros e de jegues.

Depois chegou o sisal que era uma fonte de renda nos períodos da seca e empregava muita gente no corte das folhas e na extração das fibras.
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9. BARROCAS E OS MEIOS DE TRANSPORTES

Toda a vida de Barrocas está ligada à estrada de ferro. O trem lhe deu origem, trouxe o desenvolvimento; transportou os produtos da agricultura e da pecuária locais e da região para a Capital e para cidades longínquas, e de lá também trouxe as mais diversas mercadorias para abastecer os armazéns, vendas e bodegas do povoado e da região.

Mas para que houvesse produtos suficientes para encher os vagões do trem e lenha para alimentar as locomotivas a vapor, foi de grande importância outros meios de transporte como: jumentos, mulas, carroças e caros de bois.

Muitas tropas de animais e carros de bois chegavam a Barrocas carregados de mercadorias: Sacos de milho, feijão, mamona, capoeiras de galinhas, caixas de ovos, couros e peles de animais; depois veio o sisal. Tudo era comprado pelos armazéns e embarcado no trem. E assim, o dinheiro vinha de fora e circulava em Barrocas, trazendo o progresso.

Com o abandono da ferrovia pelo Governo, apareceram os caminhões. João Olegário foi o primeiro proprietário de caminhão em barrocas, transportando muito sisal para São Paulo. Embora com as estradas inadequadas ou em condições precárias, os caminhões substituiram o trem no transporte de cargas e, em alguns casos, até de passageiros, nos famosos "paus-de- rara.
 

Nota:
 

Hoje, Barrocas é bem servida de transporte rodoviário de carga e de passageiros. Com o melhoramento da estrada que liga a cidade a Serrinha, esse serviço ainda vai ser melhor, aumentando o progresso de nosso município.
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10. A EDUCAÇÃO EM BARROCAS

A primeira escola pública foi instalada em Barrocas em 1928, na Casa dos Trinta. Áurea foi a primeira professora. A segunda escola foi instalada na Avenida João Afonso, junto à casa de residência do mesmo; teve como regente a professora Alice de Santa Tereza dos Anjos. As duas escolas foram iniciativa do senhor João Afonso. Eis os nomes (não em ordem cronológica) de algumas professoras que lecionaram em escolas públicas de Barrocas: Maria Bandeira, Eli Queiroz, Odete Pinto de Queiroz, Ana Gonçalves (Anita), Aída, Zenita Teixeira de Freitas, Robélia, Lúcia, Maria Ângela, Elvira, Maria Luiza Queiroz Fernandes, Violeta Barros, Lindaura, Julinha Coelho, Maria Gomber, Junilha Lima Queiroz , Joanita.

 
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Professora Alice - Primeira professora pública de Barrocas - 1928.
Foi professora de João Olegário, de João Neto, de Maria Pimentel, de Paulo de Oliveira 
e Siva e de outros dessa época.

No Grupo Escolar Agenor de Freitas, na década de 1960, trabalharam as seguintes professoras: Maria Helena Queiroz, Maria de Lourdes Oliveira Bastos, Genoveva Avelino Queiroz e Silva, entre outras.

No Centro Educacional Desembargador Júlio Veríssimo e Colégio Municipal de Barrocas, atuaram as professoras: Ana Margarida de Queiroz e Silva, Gilneide Avelino de Queiroz, Estelita Rosa Lopes Ferreira, Ninfa Lima Ferreira, Eliene Avelino de Queiroz, Maria Noêmia Ferreira de Oliveira Queiroz, Maria José Oliveira da Silva, Maria Lúcia Rego Araújo, Joanalice Avelino de Oliveira Pasto, Marizete de Queiroz Mota, Joelma Moreira de Oliveira, Maria Francineide de Queiroz, Maria Cecília de Oliveira Mota, Nilza Borges Soares, Raimundo Luiz de Queiroz, Maria da Anunciação Teles da Silva, Maria Maslove de Queiroz Oliveira, Liege Maria Oliveira Queiroz, Zelândia Queiroz Silva e outras mais que estão na lembrança de seus alunos.

Nota: Após essa primeira fase da educação em Barrocas, muitas outras escolas foram construídas e introduzido o segundo grau. Muitos professores mais jovens vêm se dedicando à educação, cultura e esportes em nossa terra. Em tempo oportuno, precisamos dar destaque a essas pessoas e ao desenvolvimento que a educação vem alcançando no Município.
Conf.: BARROCAS, uma filha da estrada de ferro, João Gonçalves Pereira Neto - 2007.
 
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11. A VIDA RELIGIOSA DA CIDADE DE BARROCAS

Desde a criação da Paróquia de Senhora Santana em Serrinha, a assistência religiosa tem sido uma constante em Barrocas:

Em 11 de maio de 1882 houve o casamento do senhor José Alves Campos com Felisberta Maria de Jesus, celebrado pelo Vigário de Raso com licença do pároco de Serrinha conforme consta em certidão de nº 335.

Em 11 de março de 1892, na matriz da cidade de Serrinha realizou-se o casamento de Pedro Telles de Oliveira e Felisberta Maria de Jesus (viúva de José Alves Campos).

Em 1898 em uma Missão receberam em matrimônio José Ferreira de Oliveira e Guilhermina Maria de Jesus.

Em 28 de novembro de 1917 receberam-se em matrimônio Sinfrônio Alves de Queiroz e Maria Madalena de Jesus, tendo como celebrante o Padre Carlos Olympio Ribeiro.
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Pe. Carlos Olímpio quando jovem pároco de Serrinha - Ba.

PRIMEIRA CAPELA

Em 1929, foi construída pelo senhor João Afonso uma capelinha no povoado de Barrocas, tendo como padroeiro São João Batista, santo de sua devoção. O terreno para construção foi doado verbalmente à Paróquia de Serrinha pelo próprio João. A capelinha ficava situada ao lado sudeste da Avenida João Afonso. Nela eram celebrados os atos religiosos pelos padres de Serrinha que vinham a Barrocas por ocasião da festa do Padroeiro e em outras festas religiosas; o pároco vinha celebrar missa, realizar casamentos, administrar o batismo e catequizar as crianças.

De quando em vez, havia a “desobriga” e santas missões pregadas pelos Frades Capuchinhos, vindos de Salvador. Nessas ocasiões eram celebradas as crismas. Ao padres e missionários ficavam hospedados na casa do senhor Antônio Queiroz. A população mais idosa de Barrocas ainda guarda a lembrança de Mons. Carlos Olympio, Pe. Carlinhos e Pe. Demócrito Mendes de Barros.
 

CONSTRUÇÃO DE UMA CAPELA MAIOR
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Nova capela  de Barrocas. Depois, foi reformada, ampliada e tornou-se Igreja Matriz

O comércio de Barrocas foi desenvolvendo-se, a população aumentando, casas melhores foram sendo construídas, mas a capelinha lá estava, humilde, simples, já não comportava as pessoas que iam aos atos religiosos. A população precisava de um templo mais amplo para expressar sua fé e devoção.

Diante disso, sensibilizados, o senhor Pedro Telles de Oliveira e sua mulher D. Alberta Maria de Jesus (Felisberta) doaram um terreno - com escritura pública datada de 24 de outubro de 1935 - para a construção de uma capela maior que oferecesse mais conforto aos fiéis. As dimensões do terreno eram de três tarefas de terra de comprimento por uma de largura, partindo do fundo da estação até onde foi construída a igreja.Também na escritura era doada meia tarefa de terra para a construção de um cemitério, visto que aquela área já estava sendo usada para sepultamentos. O local escolhido para a edificação da nova capela foi o mais apropriado possível, devido à sua localização, na parte mais alta do povoado.

Algum tempo depois, iniciou-se a construção da igreja. Foi erguida toda de em pedra e cal, tendo como responsável e coordenador da construção o senhor Sinfrônio Alves de Queiroz, ajudado pelo senhor José Maximiniano da Mota. A construção foi feita em mutirão e o material transportado pelos carros de bois dos fazendeiros. Em março de 1942 foi concluída a construção da nova capela, conservando São João Batista como padroeiro.
 

Em qualquer vista panorâmica de Barrocas, lá está ela, a igreja, em destaque testemunhando a fé de seus habitantes e convidando a todos a elevarem seus pensamentos e corações às realidades divinas. E os mais devotos deixam escapar do peito uma saudação piedosa: “Deus vos salve Casa Santa, onde Deus fez a morada; onde morada o Cálice Bento e a Hóstia Consagrada”.

Com a construção da nova igreja, teve inicio a praça que hoje se chama Praça São João Batista. Com o passar do tempo, a antiga capelinha foi demolida. O terreno onde era edificada é ocupado hoje pela velha delegacia de polícia.
 

DE CAPELA A IGREJA MATRIZ

Em oito de dezembro de 1996, a capela de Barrocas passou a ser Igreja Matriz. Nessa data, o bispo diocesano de Feira de Santana, Dom Itamar Vian criou a Paróquia de São João Batista de Barrocas, desmembramdo-a da Paróquia de Serrinha. O padre Carlos Palácio Morale foi empossado como o primeiro administrador paroquial.
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Atual Igreja Matriz de Barrocas
A Paróquia conta com três comunidades eclesiais no centro: Nossa Senhora Aparecida, Sagrado Coração de Jesus e São José Operário, e 21 no interior: Santa Rosa, Alagadiço, Alto Alegre, Boa União, Barras, Cedro, Curralinho, Jenipapo, Lagoa da Cruz, Lagoa Redonda, Ladeira, Minação, Milho Verde, Nova Brasília, Rosário, Sossego, Socovão, São Miguel, Tanque Bonito, Toco Preto, Baraúna do Rumo.

OUTRAS DENOMINAÇÕES RELIGIOSAS EM BARROCAS

A partir de 1980, começaram a surgir outras denominações religiosas em Barrocas. O senhor José Matins fundou a Igreja Batista; depois foram surgindo outras Igrejas Evangélicas, existindo hoje na cidade mais de uma dezena Igrejas Cristãs de diversas denominações e um Salão do Reino das Testemunhas de Jeová.
 

Conf.: BARROCAS, una filha da estrada de ferro - João Gonçalves Pereira Neto e Tiago de Assis Batista - 2007.
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12. VIDA POLÍTICA DE BARROCAS ANTES DA EMENCIPAÇÃO

Com a eleição de João Barbosa de Oliveira para prefeito de Serrinha, com mandato de 14 de março de 1948 a 30 de janeiro de 1951, foi eleito como primeiro representante de Barrocas na Câmara Municipal, o senhor Joaquim Otaviano de Oliveira. No mandato do Dr. José Vilalva Ribeiro (Dr. Zezito) (31/01/51-06/04/55), foi eleito vereador representando Barrocas, o senhor José Ezequiel de Barros, oriundo de Sergipe, vindo como Agente da Leste Brasileiro para Barrocas.

Com a Lei Estadual nº 628 de 30 de dezembro de 1953, Barrocas passou à categoria de Distrito de Serrinha, continuando ser representada pelo senhor Barros. Nessa época, com o apoio do então Governador do Estado da Bahia, Dr. Luiz Regis Pereira Pacheco, foi construído o açude público que muitos benefícios trouxe à população.

Tentando eleição pelo Partido de Representação Popular (PRP) e partidos coligados o senhor Horiosvaldo Bispo dos Santos (Lourinho), com seu slogan “Um tostão contra o milhão”, conseguiu derrubar uma oligarquia de mais de 30 anos e teve como adversário o Coronel Nenezinho Carneiro e forças do Partido Social Democrático (PSD).

O primeiro mandato de Horiosvaldo foi de sete de abril de 1955 a cinco de abril de 1959. O senhor José Ezequiel de Barros, tendo tentado a reeleição de vereador, como representante de Barrocas pelo PSD, e o senhor João Gonçalves Pereira Neto como candidato pelo PRP, não foram eleitos. O senhor João Gonçalves Pereira Neto ficou na primeira suplência e Barrocas sem representação na Câmara.

No período de 07/04/1959 a 06/04/1963, foi eleito para prefeito de Serrinha o senhor Carlos de Freitas Mota e representando Barrocas na Câmara Municipal o senhor João Olegário de Queiroz (primeiro mandato) e Joaquim Otaviano de Oliveira (segundo mandato).

De 07/04/63 a 07/04/67, foi Prefeito o senhor Horiosvaldo Bispo dos Santos (segundo mandato) e representantes de Barrocas João Olegário de Queiroz (segundo mandato) e Joaquim Otaviano de Oliveira (terceiro mandato).

De 07/04/67 a 31/01/71, Carlos de Freitas Mota foi Prefeito de Serrinha e os representantes de Barrocas João Olegário (terceiro mandato) e Joaquim Otaviano (quarto mandato). Em sete de abril de 1969 a Câmara cassou o mandato do senhor Joaquim Otaviano por ter faltado a quatro sessões extraordinárias consecutivas no mês de março. A cassação foi fundamentada no item III, artigo 8º da Lei 201 de 27 de fevereiro de 1967 e também com base no Ato Institucional nº 05 de 13 de dezembro de 1968, e por não ter comparecido às solenidades comemorativas da Revolução de 31 de Março de 1964, na sessão do dia.

De 01/02/1971 a 31/01/1973 - Prefeito de Serrinha foi o senhor Aluízio Carneiro da Silva e representantes de Barrocas os vereadores João Olegário de Queiroz (quarto mandato) e Roque Avelino de Queiroz Filho (primeiro mandato).

De 01/02/1973 a 31/01/1977 - Prefeito de Serrinha o senhor Mariano de Oliveira Santana e representando Barrocas: João Olegário de Queiroz (quinto mandato) e Roque Avelino de Queiroz Filho (segundo mandato).

De 01/02/1977 a 31/01/1983 Prefeito Serrinha senhor Aluízio Carneiro da Silva, representantes de Barrocas: João Olegário (sexto mandato) e Roque Avelino (terceiro mandato)

De 01/02/1983 a 03/12/1988 - Prefeito de Serrinha Antônio Josevaldo da Silva Lima e representantes Barrocas: João Olegário (sétimo mandato) e Roque Avelino (quarto mandato).

Nesse período, João Olegário renunciou ao cargo de vereador de Serrinha para candidatar-se a prefeito de Barrocas. Ganhou a eleição em primeiro de novembro de 1985, tomando posse em primeiro de janeiro de 1986. Com a emancipação de Barrocas, o vereador Roque Avelino Queiroz deixou de ser representante do novo município e continuou na Câmara Municipal de Serrinha.

Em 31/12/1988, por ordem judicial, julgado o processo de anulação da elevação à categoria de cidade, Barrocas retornou a condição de Distrito de Serrinha, voltando a ser representada pelo vereador Roque Avelino de Queiroz. Com o falecimento de Eronilton Cosme Carneiro de Oliveira, assume o suplente Joseval Ferreira Mota.

De primeiro de janeiro de 1993 a 25 de julho de 1996, sendo prefeito de Serrinha o senhor Claudionor Ferreira da Silva, foram representantes de Barrocas os senhores Luís dos Santos Queiroz (Pimba), Roque de Avelino Queiroz (Roquinho), Joseval Ferreira Mota, Eronildes Avelino de Queiroz (Bimba) e José Edílson de Lima Ferreira.

(Conf. A Colonização Portuguesa numa Cidade do Sertão Baiano de Tasso Franco – Serrinha.

Conf.: BARROCAS, uma filha da estrada de ferro de João Gonçalves Pereira Neto e Tiago de Assis Batista – 2007.
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13. PAVIMENTAÇÃO DAS RUAS DE BARROCAS

Na gestão de Horiosvaldo Bispo dos Santos como prefeito de Serrinha (07 /04/55 - 06/04/59), o senhor João Gonçalves Pereira Neto (já residindo em Barrocas, por ter deixado a profissão de telegrafista da Leste Brasileiro) ficou responsável pelo patrimônio da Prefeitura de Serrinha existente em Barrocas.
 

Logo após a posse do prefeito, houve um acordo entre João Neto e o prefeito eleito no sentido de fazer a pavimentação da atual Rua Maximiniano da Mota, partindo da atual casa “Para Todos” até a casa da esquina da Avenida João Afonso, junto à estação da estrada de ferro (naquela época comercializava ali o senhor Antônio Eloy, conhecido como Antônio de Bispo). As pedras do calçamento, extraídas da pedreira da Fazenda Santa Rosa, foram compradas ao senhor Genésio Boaventura.

Naquela ocasião, tudo acordado, o Prefeito comprou 10 sacos de cimento na casa de material de construção de Neném Gonzaga e deixou na estação da Leste em Serrinha, sendo o transporte dali até Barrocas, pago pelo senhor João Gonçalves Pereira Neto. Toda a mão-de-obra foi paga com a renda arrecadada pela Prefeitura. Quando faltavam uns vinte metros para o término da pavimentação, o Prefeito mandou parar a obra, dizendo que precisava do dinheiro. Na época, alertaram-no sobre o perigo e o prejuízo que poderiam ocorrer com a suspensão da obra e a vinda das chuvas de trovoada. Ele ficou insensível. Na primeira chuva, a enxurrada arrancou poste, abriu crateras, danificou o calçamento e interrompeu o trânsito na estrada de ferro. Diante desse fato, o senhor João Neto rompeu com o prefeito Horiosvaldo.

Assumindo a Prefeitura o Dr. Carlos de Freitas Mota, substituindo Horiosvaldo, e sendo eleito também vereador, representante de Barrocas, o senhor João Olegário, conseguiu-se pavimentar uma faixa de três metros de largura por 200 metros de comprimento, indo da Rua Antônio Queiroz, partindo do armazém do senhor Sinfrônio no sentido Noroeste.

O prefeito Carlos Mota e seus sucessores calçaram a Rua Antônio Pinheiro da Mota, até a atual Casa Havaí e, subindo pela lateral da Praça até próximo ao posto de gasolina; calçou também a Rua Professora Ana Gonçalves (Anita) até a Rua Maria das Dores; pavimentou as salas de aulas dos complexos Júlio Veríssimo e Gilca de Matos Nogueira.

João Olegário continuou o calçamento iniciado e interrompido pelos prefeitos anteriores de Serrinha; pavimentou a Rua Padre Demócrito até a casa residencial de Laerte, subindo para o lado Sul até encontrar a Rua Maria das Dores; colocou naquela rua o nome de Décio Teixeira (um telegrafista de Serrinha).
 
José Edilson, no primeiro mandato, calçou de 28 ruas com rede de esgoto na sede e reformou a Praça São João. No segundo mandato, construiu a Praça Jardim da Saudade e Praça Miguel Carneiro, duplicou e calçou a saída para Bandarrinha. José Almir continuou os calçamentos iniciados por Edilson, construiu a Praça João Ferreira da Mota, reformou a Rua Serrinha, fez a pavimentação asfáltica e duplicação da saída de Barrocas para Santa Rosa. E ainda não parou aí. Novas ruas e praças vão surgindo em Barrocas e o trabalho de pavimentação não para.


14. ILUMINAÇÃO PÚBLICA EM BARROCAS

A primeira iluminação pública de Barrocas foi por meio de lampião a gás, instalados nas imediações da estação da estrada de ferro, sob os cuidados de Pedro Avelino de Queiroz (Pedrinho de Cândido). Tempos depois, a Leste Brasileiro instalou o sistema de luz de força motriz, com um motor localizado no armazém de carga da estação, abrangendo apenas uma pequena área. Quando João Olegário foi eleito vereador pela primeira vez e sendo prefeito de Serrinha o Dr. Carlos de Freitas Mota (07/04/59-06/04/63), foi inaugurado o conjunto de força motriz onde hoje está a Agência do Banco do Brasil S/A.Em oito de outubro de 1967, foi inaugurada a rede elétrica de Paulo Afonso que já havia chegado a Teofilândia e de lá puxada para Barrocas. Isso foi conseguido através de uma verba destinada de Brasília para este fim. Teve papel importante para que a energia elétrica de Paulo Afonso chegasse a Barrocas, o senhor Francisco Ferreira Alves (Francisquinho). Ele, juntamente com o deputado Pedro Manso Cabral, foi a Brasília para uma audiência com o então presidente da república Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, amigo do pai de Francisquinho, para agilizar a vinda da energia. Com a energia elétrica de Paulo Afonso, Barrocas acelerou o seu progresso.

Quando José Edilson foi prefeito municipal de Barrocas, logo no primeiro mandato, recuperou a iluminação pública nas ruas e praças da sede e levou energia e elétrica a 37 localidades em parceria com a COELBA. Hoje há esta energia em todos os povoados e residências da zona rural.A minha geração foi criada até o início da adolescência com a luz do candeeiro (o fifó a querosene) e, à noite, para brincar de picula na rua, tinha que esperar a noites de lua crescente e cheia. Quando o rádio chegou à Barrocas, era alimentado à bateria de caminhão. Quando a bateria (acumulador) descarregava, tinha que ser levado a Serrinha para recarregar. Finalmente, Joaquim Otaviano Construiu no quintal de sua casa um catavento e acoplou um gerador para recarregar os acumuladores.
As gerações seguintes à nossa já foram as gerações da energia elétrica, do rádio a corrente elétrica; depois veio a geração da TV e, agora, está aí a geração da informática e da internet. Com alegria e felizes, nós da terceira idade, estamos aí competindo com os jovens no mundo virtual, graças à tecnologia e à energia elétrica.


PERFIL DOS POLÍTICOS DE BARROCAS

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O espírito de liberdade foi uma marca comum a todos eles; nunca se submeteram aos caprichos dos poderosos e influentes da política, seja no âmbito municipal de Serrinha, estadual o nacional.

Como é normal na democracia, todos com suas ideologias e preferências político-partidárias, mas todos com objetivo comum: uma Barrocas livre, autônoma, dona de seus destinos político, social e econômico.
FOTOS
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Antiga igreja de Barrocas, cuja construção foi concluída em março de 1942.
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Atual igreja matriz de Barrocas - reforma e ampliação da igreja primitiva.

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Estação ferroviária de Barrocas - constrída e anaugurada em 13/05/1943.

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Estação ferroviária de Barrocas reformada e com o nome de Agenor de Freitas.

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Atual estação ferroviária de Barrocas, transformada em Centro de Cultura
pela Prefeitura Municipal de Barrocas em 26/08/2007, na gestão do prefeito José Edilson de Lima Ferreira.

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Atual estação ferroviária de Barrocas, transformada em Centro de Cultura
pela Prefeitura Municipal de Barrocas em 26/08/2007, na gestão do prefeito José Edilson de Lima  Ferreira.
                   
 
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Primeiras casas comerciais e de residência de Barrocas que ainda sse conservam tais e quais.

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Antiga casa residencial dos primeiros anos de Barrocas; construída por Pedro Esmeraldo Pimentel, terceiro comerciante de Barrocas. Hoje pertence ao Dr. Antônio Ezequiel  - que conserva intacta a faixada.
                                                              
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Barrocas antiga - Praça São João e a antiga igreja

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Barrocas moderna - Praça São João Batista

Um comentário:

  1. O livro Barrocas, uma filha da estrada de ferro é de autoria de João Gonçalves Pereira Neto e de Tiago de Assis Batista. Lamentamos que nessa postagem não citaram o nome deles. Confiram: http://barrocasbahistoria.blogspot.com.br/

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